6 de jun. de 2013

Fim do release por e-mail: mito ou fato?

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Publicado em Quarta, 05 Junho 2013 23:35

Escrito por Rodrigo Azevedo (*)

Olá, pessoal. Resolvi me dedicar a escrever aqui no Comunique-se
algumas ideias e polêmicas. Não tenho resposta para elas, e por isso
conto com vocês. A primeira delas é sobre o fim do envio de releases
por e-mail. Afinal, isso vai mesmo acontecer? Deveria acontecer? Você
gostaria que acontecesse?

O fato é que envio de releases por e-mail é uma das coisas mais
ineficientes que existe: todas as assessorias mandando, ao mesmo
tempo, materiais para jornalistas, independentemente de eles quererem
ou não receber. Apenas para dar um número: sistemas de envio de
releases disparam em torno de 10.000.000 (isso mesmo, 10 milhões) de
sugestões todos os meses para jornalistas.

Não é a toa que a maioria dos releases é deletada sem sequer ser lida.
Definitivamente, existe uma ineficiência. Mas como resolver isso?
Antes de mais nada, vale lembrar do histórico: “long, long time
ago...”, eu diria que há 20 anos ou mais, criou-se o primeiro mailing
jornalístico aqui no Brasil. Na época, com telefones, fax, telex e
endereços de jornalistas. Pouco depois, entravam as correspondências
eletrônicas.

Poder enviar direto para a caixa postal do jornalista era realmente
tentador. E na ausência de outra forma melhor, essa virou a rotina:
escreve, envia e faz follow. Com isso, criou-se o hábito que já tem
mais de duas décadas e que, por isso mesmo, será difícil de quebrar.

Máquinas de escrever já serviram como meio de produção de releases

Nos Estados Unidos, o caminho foi pouco diferente. Por lá, criou-se
sistemas de distribuição de releases, como BusinessWire, PRNewsWire e
PRWeb. O e-mail também veio. Porém, a indústria do release é mais
organizada com esses agregadores. O envio do e-mail é mais individual
do que o disparo para listas inteiras, ao contrário da prática
brasileira.

Um agregador consiste, basicamente, de um serviço, tipicamente site,
onde os releases são publicados e organizados por assuntos. Nessas
ferramentas, os jornalistas assinam apenas assuntos de interesse. No
Brasil, esse movimento também começou com o lançamento do DINO (start
up da qual sou co-fundador), dentre outras. O DINO já tem um número
expressivo de releases publicados todos os dias. E os jornalistas
podem assinar releases de assuntos de interesse, e o DINO passa a
gerar um resumo enviando um compilado, em vez de vários e-mails.

Opinião de quem lida com releases
De acordo com a assessora do Grupo O Povo, Joelma Leal, o envio de
releases via e-mail diretamente para o jornalista é a ferramenta mais
usada por ela. “Procuro eu mesma fazer a lista dos destinatários, de
acordo com o conteúdo a ser enviado. A lista é atualizada
periodicamente. Tanto o mailing como o clipping são ‘arquivos
abertos’", explicou em entrevista publicada pelo Comunique-se no mês
passado. A profissional nunca usou agregadores, mas não descarta a
possibilidade, “desde que o jornalista que receba o material não seja
visto apenas como ‘mais um’”.

Repórter do jornal A Notícia, Rafaela Mazzaro comenta que recebe
diversos releases por dia e que apenas 10% são úteis. “Acabo lendo
poucos e descarto a maioria pelo título, já que não tem relação com a
editoria que cubro”, conta. Para ela, receber material desnecessário é
reflexo de mailings desatualizados. “Eu cobria gastronomia e agora
faço agenda cultural, roteiro e lazer, mas continuo recebendo pautas
da outra editoria”. Rafaela acredita que agregadores de notícias podem
servir como solução. “Mesmo o trabalho das assessorias pode ser
facilitado, já que mais pessoas interessadas em determinado tema terão
oportunidade de receber o release”.

E você, profissional de assessoria ou de redação, o que pensa a respeito?

(*) Criador e CEO do Grupo Comunique-se, empresa que controla o Portal
Comunique-se, o Comunique-se Educação, a RIWeb e o Prêmio
Comunique-se, além de desenvolver ferramentas de soluções para a área
de comunicação. É co-fundador do DINO, o Divulgador de Notícias.
Empreendedor Endeavor.

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